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HISTÓRIA DO MARACANÃ

Localizado na Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro, o Maracanã se destaca entre as exuberâncias turísticas cariocas como o símbolo do futebol no país. O nome oficial Estádio Jornalista Mário Filho é uma homenagem ao falecido jornalista carioca, irmão de Nelson Rodrigues e apaixonado pelo futebol. Mário Filho fundou o Jornal dos Sports e sempre apoiou a construção do maior estádio do mundo. O Maracanã foi construído para sediar a Copa do Mundo de 1950, devido ao estado frágil em que se encontrava a Europa no período pós-Segunda Guerra Mundial. Com isso, em 1947, o Prefeito do Distrito Federal do Rio de Janeiro, General Ângelo Mendes de Moraes, abriu concorrência pública para o projeto arquitetônico do estádio. A equipe de arquitetos formada por Waldir Ramos, Raphael Galvão, Miguel Feldman, Oscar Valdetaro, Orlando Azevedo, Pedro Paulo Bernardes Bastos e Antônio Dias Carneiro venceu a licitação. No ano seguinte, o engenheiro Paulo Pinheiro Guedes iniciou a execução das obras, faltando apenas 22 meses para a abertura da Copa do Mundo.
                                                                                                                                                 Inauguração do Maracanã – Acervo Suderj

Em 16 de junho de 1950, o estádio Maracanã foi inaugurado e recebeu milhares de cariocas para assistir às solenidades que tiveram a presença das maiores autoridades e bandas militares. Após a cerimônia de inauguração, houve um amistoso entre as seleções do Rio de Janeiro e de São Paulo que inaugurou o gramado. O meio de campo Didi, bicampeão pela seleção brasileira, marcou o primeiro gol para os cariocas. No entanto, os paulistas viraram o jogo com três gols. Ainda inacabado, o Maracanã sediou os jogos da Copa do Mundo e mostrou a técnica e a criatividade do futebol brasileiro para o resto do mundo. No entanto, apesar da boa atuação, a seleção brasileira não conseguiu erguer a taça de campeão. A derrota para o Uruguai ficou marcada na história do futebol e do imponente Maracanã, que, à rigor, teria sua conclusão em 1965. O Maracanã teve sua primeira grande reforma em 1999 com o objetivo de sediar o Mundial de Clubes FIFA em 2000. A reforma contemplou a instalação de assentos individuais no anel superior e reduziu a capacidade para 103.022 pessoas. No aniversário de 50 anos, foi inaugurada a Calçada da Fama. Em 2005, o Maracanã fechou os portões mais uma vez para uma nova intervenção quando o Rio de Janeiro conquistou a posição de ser a cidade sede dos Jogos Pan-Americanos em 2007. Desta vez, houve a troca por placares mais modernos e a colocação de telões atrás das balizas. O campo foi rebaixado em 1,60m, a famosa “Geral” foi extinta e unida a arquibancada inferior. Foram instaladas por assentos individuais para proporcionar um maior conforto ao torcedor. Com isso, o estádio diminuiu sua capacidade para 87.101 mil lugares. A cabine da imprensa, vestiários, banheiros e bares também foram modernizados para o evento. Em 2007, o Maracanã sediou a cerimônia de abertura e o encerramento dos Jogos Pan-Americanos, semifinais e finais das partidas de futebol masculino e feminino.
                                                                                                                                                            Fatos Históricos
                                                                                                                                      
A primeira partida foi um amistoso entre a seleção do Rio de Janeiro e a seleção de São Paulo. O evento aconteceu após a solenidade de inauguração do estádio, em junho de 1950. Estreando o gramado, o meio campo Didi, bicampeão pela seleção brasileira, marcou o primeiro gol para os cariocas. Derrota na final de 50 A Copa de 1950 foi a quarta Copa do Mundo realizada. Estavam previstas as Copas de 42 e 46. No entanto, com a Segunda Guerra Mundial, os dois eventos foram cancelados. A Copa do Mundo contou com 13 países: Bolívia, Brasil, Chile, Espanha, Estados Unidos, Inglaterra, Itália, Iugoslávia, México, Suécia, Suíça, Paraguai e Uruguai. A excelente campanha da seleção brasileira (4X0 contra o México, 6X1 contra a Espanha e 7X1 contra a Suécia) mostrava que seria fácil passar pela desacreditada seleção uruguaia. Foi com esse espírito de vitória que os brasileiros foram ao Maracanã, no dia 16 de julho, assistir à seleção brasileira conquistar o primeiro título em casa. Fontes não-oficiais contabilizaram mais de 200 mil pessoas no estádio, enquanto o número real de pagantes era de 173 mil, aproximadamente. Segundo as regras estabelecidas na Copa de 50, o Brasil precisava apenas de um empate para erguer a taça. O primeiro gol veio no começo do segundo tempo com Friaça. Aos 21 minutos, Schiafino empatou para a seleção uruguaia. O gol uruguaio fez a torcida brasileira se calar. Mesmo com o empate, que dava o título ao Brasil, a torcida ficou apreensiva com o que poderia acontecer até os 45 minutos do segundo tempo. O sonho de todo brasileiro ficou distante quando Gighia recebeu uma bola nas costas de Bigode. Chutou direto, entre a trave e o goleiro Barbosa. Para a decepção da torcida, a bola entrou e Barbosa, que teria falhado, foi culpado pela derrota. No final da partida, a torcida estarrecida viu Jules Rimet entregar a taça que leva seu nome ao capitão uruguaio Varela. Os uruguaios se abraçaram e saíram sem dar a famosa volta olímpica. O gol 1000 de Pelé O milésimo gol do Rei Pelé aconteceu contra o Vasco, dia 19 de novembro de 1969. Todos, inclusive a torcida vascaína, estavam com grandes expectativas de assistir ao milésimo gol do Rei do Futebol. Os times estavam empatados em 1 a 1, quando Pelé foi derrubado na área pelo zagueiro vascaíno Fernando. O árbitro Manoel Amaro de Lima não titubeou e marcou pênalti contra o Vasco. A torcida explodiu em felicidade quando viu Pelé se dirigir à marca do pênalti. Ele aguardou toda a imprensa se concentrar atrás do gol de Andrada, goleiro do Vasco. Com as pernas tremendo, Pelé correu até a bola e, após uma discreta “paradinha”, chutou. Andrada voou em direção à bola e chegou a encostar os dedos nela, ele não queria deixar que o milésimo gol acontecesse contra a sua defesa. No entanto, a bola foi além dos seus esforços e atingiu o fundo da rede. Às 23h23min, Pelé entrava para a história mais uma vez. Após pegar a bola do fundo da rede, Pelé foi cercado por uma multidão de repórteres. Aproveitou a ocasião, quando todos os microfones estavam apontados para ele, e pediu que os brasileiros olhassem para as crianças pobres e para os mais necessitados. Após a declaração, foi carregado pelos companheiros do time e deu a volta olímpica. O estádio estava em festa. Emoção digna de final de campeonato. Vale lembrar que a oportunidade de marcar o milésimo gol veio três dias antes, no estádio Fonte Nova, contra o Bahia. Após ter driblado o zagueiro e o goleiro bahiense, Pelé tocou a bola para o gol, mas o zagueiro Nildo conseguiu tirar em cima da linha. Apesar de ter cumprido com a sua obrigação, Nildo foi vaiado pela torcida por impedir a consagração do Rei Pelé em seu milésimo gol. Rock in Rio 2 Entre os dias 18 e 27 de janeiro de 1991, o Maracanã foi palco da segunda edição do Rock in Rio. O evento contou com a participação de várias bandas que estavam entre os grandes hits das rádios brasileiras. Bandas como Guns N’ Roses, Sepultura, A-Ha, Titãs, Engenheiros do Hawaii e cantores como Paulo Ricardo, Léo Jaime, George Michael e Prince sacudiram as arquibancadas do Maracanã. A primeira edição, em 1985, foi realizada no Riocentro, em uma área construída para receber o evento. O Rock in Rio 2 foi recorde de público em toda a história de eventos não-esportivos no Maracanã. Aproximadamente 700 mil pessoas compareceram ao longo dos nove dias de shows. XV Jogos Pan-Americanos 2007 – Rio de Janeiro O interesse do Rio de Janeiro para sediar uma edição dos Jogos Pan-Americanos começou no final de década de 1990, quando o projeto começou a ser estudado. Ao final de 2001, o Brasil apresentou sua candidatura oficial. A escolha aconteceu na Cidade do Mexico, na Assembléia Geral da ODEPA, em 24 de agosto de 2002, vencendo a cidade de San Antonio, nos Estados Unidos. A partir daí, os cinco anos que seguiram foram de preparação e adequação para receber todos os 5.366 atletas previstos para participar do evento. No dia 13 de julho, com a chegada da tocha Pan Americana, após um revezamento por 42 cidades do Brasil, cada uma representando um país participante, aconteceu a abertura oficial dos jogos no Maracanã. Uma grande festa envolveu artistas da nossa música popular, como Elza Soares, Adriana Calcanhoto e Arnaldo Antunes. O discurso oficial para abertura ficou por conta de Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Organizador dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro e Natália Falavigna, atleta brasileira do taekwondo, fez o juramento do atleta. Foram 42 países e 5.366 atletas disputando entre 37 modalidades durante 17 dias de competição. O Brasil ficou em terceiro lugar no quadro geral de medalhas, com Estados Unidos em primeiro e Cuba em segundo. Foi a melhor participação brasileira em jogos Pan-Americanos. Este foi um Pan Americano de polêmicas e recordes. Muito foi dito a respeito da postura dos torcedores brasileiros, que vaiaram atletas e até o Presidente da República. Atletas brasileiros se destacaram, como Thiago Pereira na natação, que se tornou o maior medalhista em uma só edição de um Pan Americano, Diego Hypólito e Mosiah Rodrigues, ambos medalha de ouro na ginástica e o futebol feminino, que com Marta jogando em um Maracanã lotado, derrotaram por 5 x 0 o time dos Estados Unidos. A cerimônia de encerramento, no dia 29 de julho teve novamente os discursos do Presidente da ODEPA e do Comitê Organizador e foi marcada por uma homenagem às vitimas do acidente de um Airbus da TAM, ocorrido no dia 17 de julho. Em agosto do mesmo ano, foram realizados também no Rio de Janeiro os Jogos Parapan-Americanos. Depois dos jogos, as instalações construídas especialmente para o evento ficaram de legado para o esporte brasileiro como o Parque Aquático Maria Lenk e o Estádio Olímpico João Havelange, o Engenhão. Segurança e turismo também foram alavancados pelos jogos, o que beneficiou toda a população carioca.

                            Maracanãzinho - XV Jogos Pan-Americanos 2007

                               Parque Aquático Júlio Delamare

                               Estádio de Atletismo Célio de Barros



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