Segundo
Dr. Augusto Cury uma das ferramentas necessárias para ser feliz é
proteger "os solos da memória é cuidar da qualidade dos arquivos
conscientes e inconscientes que contêm os segredos da nossa
personalidade. É se preservar do registro do medo, do desespero, das
mágoas, enfim, do lixo de nossa existência.
É também reescrever os arquivos maléficos já arquivados.
Todos
se preocupam com os arquivos dos computadores, mas raramente alguém se
preocupa com as mazelas e misérias arquivadas em sua memória. Senão
protegermos a memória, é possível ter uma vida completamente infeliz,
mesmo com uma infância saudável.
Nos
computadores o registro depende da vontade, na memória humana o
registro dos pensamentos e emoções é involuntário. Nos computadores, a
tarefa mais fácil é apagar os arquivos; no homem é impossível, a não
ser por traumas cerebrais.
Embora
difícil, precisamos aprender a proteger a nossa memória. Toda
angústia, medo, agressividade e idéias negativas registram-se e não
podem mais ser deletadas, só reeditadas. Diariamente, você planta
flores ou constrói favelas na sua memória. Como assim?
AS FAVELAS DA MEMÓRIA
Vamos
comparar a memória com uma grande cidade, cada bairro com um arquivo e
cada endereço com uma informação. Diariamente arquivamos novas
informações, que constroem belos bairros ou áridas favelas. Por isso há
ricos pobres e pobres ricos.
Muitos
moram em bairros nobres, querem ficar distantes das zonas pobres. Mas
no solos de sua memória pode haver inúmeras favelas, arquivos doentios.
Alguns são privilegiados financeiramente, mas miseráveis
interiormente. Em suas mansões há jardins, mas na sua emoção há
tristeza e desolação.
As
fobias são provenientes de uma interpretação distorcida que gera um
registro exagerado de um objeto: insetos, animais, pessoas, ambiente. A
claustrofobia é o medo de lugar fechado, tal como um elevador; a
acrofobia é o medo de altura; a fobia social é o medo de lugares
públicos; a fobia simples é o medo de insetos e animais. Mas o pior
tipo de medo é o medo do medo.
Todos nós, mesmo os que tiveram uma infância feliz, adquirimos enormes favelas no inconsciente. Quais são as sua favelas?
"Uma barata mais poderosa do que um sequestrador"
Dependendo
do volume de tensão, as experiências existenciais podem ser registradas
de maneira tão traumática que controlam a inteligência. Uma barata
pode ser registrada como um monstro, um elevador como um cubículo sem
ar, uma reunião em grupo como um ambiente agressivo e castrador.
Lembro
de uma paciente que foi sequestrada e ficou mais de um mês no
cativeiro. Sabe qual a primeira coisa que ela perguntou aos
sequestradores: se haveria baratas no ambiente em que ficaria.
O
medo de barata apavorava-a mais do que os sequestradores. Por quê?
Porque na sua infância registrou a imagem de adultos em pânico diante
das baratas. Infelizmente havia no cativeiro muitas baratas. Uma cobra
apareceu e quase a picou, mas nada a perturbou tanto quanto as baratas.
Para
dormir ela suplicava calmantes aos sequestradores. O medo encarcerou
sua liberdade. Há medo de todos os tipos: medo de perder o emprego, de
ser assaltado, de um ataque terrorista, de andar de carro, de ficar
sozinho, de ser rejeitado, de fracassar. Quais são seus medos?
Quem
controla a nossa mente não é a realidade real de um animal, pessoa ou
situação, mas a realidade emocional registrada na memória. Temos um
fantástica inteligência, deveríamos ser livres, mas facilmente criamos
gigantes em nosso inconsciente que nos ameaçam e nos aprisionam.
Nossa
memória é inúmeras vezes mais sofisticada do que a de um
super-computador. Mas as pessoas estão reclamando de que estão
esquecidas, "com memória fraca". Elas esquecem encontros, objetos,
novas informações. Desesperadas, procuram médicos, mas nada encontram.
Deixe-me dar uma refrescante notícia.
Não
existe memória fraca, mas bloqueada, devido à proteção cerebral. Como o
cérebro tem mais juízo do que nós, ele trava a memória para evitar para
que pensemos muito e gastemos energia excessiva. Bendito esquecimento.
"Uma boa notícia para jovens e adultos"
Quer
abrir as janelas da memória e libertar a inteligência? Quer brilhar
nas reuniões de trabalho e emitir opiniões lúcidas? Quer ser uma fera
intelectual nos concursos e entrevistas?
Primeiro,
estude dedicadamente. Segundo, controle a fera da insegurança e do
medo que habita na sua emoção! O cérebro interpreta o medo como se sua
vida estivesse em perigo, por isso bloqueia os arquivos e produz os
famosos "brancos".
Você têm uma fantástica inteligência. Mas lembre-se de que o medo de falhar acelera a derrota.
DICAS PARA PROTEGER A MEMÓRIA:
Viva
intensamente "as leis" para ser feliz: contemple o belo, gerencie a
emoção, trabalhe perdas. Mas o que fazer com os traumas já
registrados? É necessário reeditar o filme do inconsciente, sobrepondo
novas experiências sobre as antigas. Eis o maior desafio da
inteligência!
É
necessário "critica" diariamente as imagens maléficas e doentias da
memória que nos controlam. É necessário também "não pedir" mas
"determinar" ser alegre, ousado, seguro, saudável. Essas ferramentas
reurbanizam as favelas do medo, do ódio, da autopunição e nos libertam.
"SER FELIZ NÃO É UM ACASO DO DESTINO, MAS UMA CONQUISTA EXISTENCIAL"
"Pois Deus não nos deu espírito de covardia, mas de poder, de amor e de equilíbrio".
2 Timóteo 1:7
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