A VIDA DE BEETHOVEN
Beethoven nasceu em Bonn, na Alemanha, em dezembro de 1770. Há quem diga que
foi o maior gênio da música de todos os tempos. Outros afirmam que ele está além
de qualquer classificação.
O pai de Beethoven era tenor e, percebendo o talento de seu filho, chamou
Christian Gottlob Neefe para ensiná-lo a música. Neefe submeteu-o a uma intensa
disciplina, que fez com que aos 14 anos Beethoven obtivesse o posto de segundo
organista da capela do principado de Colônia, convertendo-se em músico de
ofício.
Beethoven conhecia sua genialidade, o que o fazia um aluno para o
qual não é fácil ensinar. Ele utilizava harmonias que, na época, eram
consideradas inadmissíveis.
Um dia seu professor comentou isso, e Beethoven
lhe disse: "Quem proibiu essas harmonias ? Eu admito cada uma delas".
Aos 15 anos compôs suas primeiras obras: Três quartetos de cordas e um
concerto para piano.
Quando Beethoven tinha 17 anos, o príncipe Maximiliano resolveu mandar
enviá-lo para Viena para que pudesse ampliar sua formação musical e encontrar
Mozart, o que não sabemos se realmente ocorreu.
Sua volta a Bonn ocorreu antes do previsto, devido à saúde de sua mãe, que
faleceu logo depois.
Depois do incidente o pai de Beethoven perdeu a razão, sendo que Beethoven
teve de passar a dar aulas particulares de piano para jovens burguesas para
sustentar seus dois irmãos menores.
Aos 20 anos ele compôs seus dois
primeiros encargos oficiais: Duas cantatas, uma pela morte de Maximiliano II e
outra pela subida ao trono de Leopoldo II.
Em 1792, o célebre compositor Joseph Haydn visitou Bonn, e foi apresentado a
Beethoven. Beethoven mostrou-lhe algumas de suas obras, e Haydn, impressionado,
propôs que Beethoven se mudasse para Vienna para que pudesse ser seu aluno.
Ainda em 1792, Beethoven instalou-se em Viena para tornar-se aluno de Haydn,
tendo sua estância na capital da música financiada por Leopoldo II.
Recebeu
aulas de forma irregular, pois Haydn estava no auge de sua carreira e tinha de
sair da cidade freqüentemente, para atender às solicitações.
A relação entre os dois é tensa, devido a suas diferenças musicais.
Embora
Haydn reconhecesse o talento de seu aluno, Haydn não compreendia a
música de
Beethoven (De um modo geral, a música de Beethoven não era compreendida
por
ninguém em sua época, devido ao seu caráter quase romântico.). Beethoven
também
estava descontente devido a pouca atenção de seu mestre para com ele.
Assim, Beethoven aproveitou-se de uma viagem de Haydn a Londres,
Beethoven
procurou um novo mestre: O contrapontista Georg Albrechtsberger.
Em Viena, capital da música na época, Beethoven viu sua situação financeira
melhorar muito, convertendo-se no primeiro músico a receber tratamento
igualitário.
Conquistou admiração e respeito, pois além de ser notável
pianista (Beethoven ainda não era conhecido por suas obras, mas era excelente
pianista) era uma pessoa culta, cuja companhia era disputada por todos, que
toleravam seu caráter difícil e seus modos.
Beethoven era um tanto gordo,
tinha 1m70 de altura, cabeça desproporcional e cabeleira rebelde e desgrenhada.
Era irritadiço, esquecido, sem o menor refinamento.
Solteirão, morou em
lugares bagunçados e sujos. Espalhava partituras pela sala e seus móveis eram
cobertos de poeira. Tinha estranhos hábitos, como o de cuspir a qualquer momento
e em qualquer lugar. Era desajeitado,espalhando destruição por onde passava.
Comparado a Chopin, por exemplo, seria pouco menos que um troglodita.
Consolidada sua fama como pianista explosivo e inovador, aos 30 anos começou
a compor. No início foi recebido com indiferença.Sua Sinfonia No 3 "Heróica" foi
um ponto de mudança radical na história da música e na vida de Beethoven. sua
genialidade passou a ser reconhecida. Ela estreou em 7 de abril de 1805. Ninguém
jamais havia escrito uma sinfonia tão longa, complexa e explosiva. Até aquele
dia, era como se a sonoridade das orquestras não tivesse existido. A platéia não
compreendeu bem a sinfonia e suas dimensões. Mas sabia que havia ouvido algo
monumental. A sinfonia "Heróica" dura cerca de uma hora. Nenhuma sinfonia de
Mozart ou Haydn durava mais que a metade. Beethoven havia entrado no futuro da
música. sabia que estava certo. A humanidade que esperasse sua vez de chegar ao
futuro.
Nesta época, Beethoven começou a sofrer de surdez. Em 1807 já estava
completamente surdo.
Mesmo surdo, por incrível que pareça, Beethoven continuou tocando piano,
regendo orquestras e, sobretudo, compondo. Aliás, suas obras mais famosas foram
compostas quando ele estava parcialmente surdo, e sua obra prima, a Nona
Sinfonia "Coral" foi composta quando ele já estava totalmente surdo, não podendo
ouvir sua própria música.
A partir de 1811, sua produção começou a diminuir, devido a sua complicada
vida pessoal e sua alma atormentada. Beethoven mergulhava em seu mundo interior.
Escreveu uma missa, vários quartetos e belíssimas sonatas para piano.
Em 1824 estreava sua obra derradeira: A Nona Sinfonia. Houveram apenas 2
ensaios, e a estréia foi um desastre. O coro não atingia as notas mais altas e
protestava, exigindo mudanças. Beethoven nem respondeu. Apesar disso, o público
sabia que estava diante de um marco na história da música.Aplaudiu durante
longos minutos. Beethoven, sentado na primeira fila e surdo, não percebeu. Foi
preciso que alguém o fizesse dar meia volta para que ele pudesse ver o impacto
de sua obra sobre o público. Para Beethoven, era a consagração silenciosa.
Beethoven morreu três anos depois dessa estréia. Sofreu de uma longa doença.
Beethoven morreu, mas sua obra é imortal, e sua influência duraria muito mais
que os seus 57 anos de vida.
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